Meu celular… Foi assim que tudo começou!

Essa semana, li que 80% dos proprietários de celulares não sabem, nem a marca e nem o modelo de seus próprios celulares!

Que absurdo, – pensei, – essa pesquisa deve estar errada: 80% é um número muito alto!

Foi quando descobri (pasmem!), que não sabia nem a marca, nem o modelo e, muito menos, a cor do meu celular!

Mas, pelo menos eu tenho um álibi. Todos que me conhecem sabem como eu amo celulares!! Tô sendo irônico, tá!? Na verdade, sou uma daquelas pessoas que acha que celulares são um mal necessário! E que você deve tê-los porque, a qualquer hora, em uma emergência, ele poderá salvar a sua vida!

Como ia dizendo, eu tenho um álibi! Um belo dia decidi, por impulso, comprar um celular. Não lembro nem o dia e nem o local.

Entrei numa loja… ah, pára de me sacanear, eu também não sei de qual operadora era… e disse para a vendedora:

– Eu queria comprar um celular!

– Pois não, o senhor já escolheu o modelo?

Aaaiii, isso soou como uma flechada no meu coração! Modelo!? Eles não são todos iguais!? Deve mudar apenas a parte de fora, teorizei! Preciso pensar rápido numa resposta para não passar mais vergonha!

– Qual é o mais baratinho que você tem!? (pois é, meu instinto feminino falou mais alto nessa hora!)

– O mais barato é aquele ali! Apontou a vendedora para um canto da vitrine!

Pensei: ‘vou pedir logo dois, assim não preciso mais me preocupar com celulares pelos próximos 10 anos. Não, não, a vendedora vai pensar que estou afrontando a sua inteligência!’

– Tá bom, vou levar!

– Infelizmente, senhor, não temos mais esse modelo em estoque. Somente esse que está no mostruário… mas, não podemos vendê-lo.

Caracas, pra quê essas lojas deixam no mostruário, mercadorias que não podem ser vendidas!?

– Huum, “entendo”. Então qual é o segundo mais baratinho que você tem!? (dessa vez pensei rápido, né!?)

Percebi que a vendedora estava se derretendo de rir por dentro. Mas por fora estava séria e serena, e muito educada, apontando para outro celular, esperou minha próxima pergunta:

– Vocês têm esse em estoque, não tem!?

Ela não resistiu! Começou a dar risada! E eu juro, não estava entendendo (mesmo), o por quê!?

Sentei-me e, impaciente, esperei ela retornar com o celular que havia escolhido na vitrine.

No impulso eu disse: – “Embrulha pra viagem!” (péssima essa, não!?)

– O senhor não vai ativar a linha!?

– Como assim “ativar a linha”!? Ela já não vem ativada dentro dele!?

Nesse dia fui iluminado por uma súbita luz de conhecimento divino. Descobri que as linhas não vêm ativadas dentro dos celulares. Você tem que escolher o seu plano e a sua operadora para que eles possam começar a funcionar!

Isso aconteceu há quase 10 anos… e foi assim que adquirir meu primeiro, e quase único, celular (na minha vida)!

Written by Marcelo Reston

Sushi à la Reston

– Eu gostaria de pedir Sushi!

– Pois não, senhor.

– Mas eu queria o meu sushi sem aquela casquinha de fora… Ah, e sem o miolinho também!

– Err, desculpe! O senhor quer só o arroz?

– Yesss. Adoro aquele arrozinho do sushi.

– Senhor, não seria melhor pedir uma porção separada de arroz?

– Não é a mesma coisa.

– Mas o preço é menor!

– Não tem problema, eu quero o sushi sem aqueles “adereços alegóricos”!

– Perdoe-me senhor, mas um sushi sem esses ingredientes não é um sushi!

– Claro que é! Uma pessoa sem os braços e as pernas, deixa de ser uma pessoa?

(silêncio mortal)

– Com licença!

(o garçom foi até o mostruário à minha frente e trouxe um prato com o meu pedido)

– Pronto, aqui está!

– Agora tira essas coisinhas aí do meu sushi, vai, vai.

– Eu não posso fazer isso. O senhor agora pode comer só a parte que mais gosta.

– Não vai dar, não é a mesma coisa… vou perder o tesão pela comida. Ela já tem que chegar pronta.

– Infelizmente eu não posso fazer isso!

– Achei que o cliente aqui sempre tinha razão!

– Está bem, está bem… eu  já sei o que fazer, vou chamar uma pessoa que talvez possa resolver o problema.

(o  garçom, então, dirigiu-se até o gerente e os dois vieram na minha direção)

– PERAÍ – pensei – o nome do gerente é… aahh não acredito, ‘Donatello’. O nome de todo gerente japonês, de restaurante japonês, é ‘Donatello’? O que é isso, algum tipo de complô gastronômico? Não tinha que ser algo tipo ‘Yohito’ ou ‘Takashi’?

– Senhor, o garçom Yohito me explicou a situação… nós faremos o que o senhor pediu!

– Uuhuu. M-a-r-a-v-i-l-h-a!!!

(o gerente saiu e dirigiu-se a outra mesa)

– Com licença, senhor!

– Peraí… o que você vai fazer?

– Vou até a cozinha e vou tirar os  “adereços alegóricos” como o senhor pediu.

– E depois vai cuspir no meu sushi!

– Como é que é?

– Isso mesmo que você ouviu. Você ficou com raiva de mim… e quando os garçons ficam com  raiva, eles cospem na comida dos clientes.

– Meu Deus, eu nunca ouvi um absurdo tão grande! Estou chocado!

– Ah, você acha que os clientes não sabem que vocês incrementam a comida com esse “ingrediente especial”!? (fiz assim com os dedos para as aspas) Tá no Google, é só pesquisar!!

– Senhor, pelo amor de Deus, eu só vou levar o prato até a cozinha, separa o que não lhe agrada e depois…

– …e depois vai cuspir no meu sushi!

– EU NÃO VOU CUSPIR NO SEU SUSHI!!!!

– Tá bom, tá bom… não fique nervoso. Eu pago o dobro!

– O dobro?

– É… o dobro… pra você não cuspir no meu sushi!

– NÃO, NÃO e NÃÃÃÃO… EU NÃO VOU CUSPIR NO SEU SUSHI! E quer saber mais, eu desisto… vou embora pra casa! Passar bem!

– (suspiro) Que pena! Ah, também não estava com tanta vontade assim. Ei, o que é aquilo!? Promoção de sunday? Yeess! Adoro sunday! Mas vou pedir pra colocarem minha cobertura no fundo do copo.

Created by Marcelo Reston